Você já ouviu falar da Checklist de Cirurgia Segura?

Na grande maioria dos hospitais existe o checklist das cirurgias, chamado de checklist de cirurgia segura. É uma prática baseada em evidências e que visa a prevenção de eventos adversos e de erros, sejam eles em procedimentos, exames invasivos ou mesmo em cirurgia.

Em 2009, a OMS desenvolveu um protocolo e fez um trabalho em 8 hospitais referência na Inglaterra e esse trabalho foi posteriormente publicado na “The New England Journal of Medicine”, uma das revistas de maior impacto e de intensa credibilidade. Os resultados do estudo demonstraram que, se a checklist for seguida, é possível reduzir comprometimentos de forma significativa.

Quais são as etapas da Checklist de Cirurgia Segura?

O protocolo é dividido em 3 etapas, sendo:

A primeira é a entrada do paciente, antes da indução anestésica;

A segunda é o timeout, antes do início da cirurgia

A terceira é a saída, checkout. Essa é feita no final, antes do paciente sair da sala de cirurgia.

Primeira Etapa: ENTRADA

Ocorre antes do ato anestésico. É realizada para confirmar a identidade do paciente; procedimento a ser realizado; região da cirurgia; cuidados com alergias e doenças (como diabetes); medicamentos utilizados; horário dos medicamentos; se o paciente teve sangramento durante ato cirúrgico prévio; se teve reação alérgica em algum momento; se tem alergias a alguma medicação.

Esses dados já foram checados anteriormente durante avaliação com cirurgião e com o anestesiologista, porém realizamos o reforço das informações. Tudo isso é investigado e as informações são colocadas em um painel presente dentro da sala de cirurgia.

Segunda Etapa: TIMEOUT

Nesse momento, a equipe foca no enfermeiro responsável por seguir um checklist de perguntas direcionadas não somente para o cirurgião, mas para o responsável por cada coisa:

  1. Qual é o nome do paciente;
  2. Quem faz parte da equipe, como se fosse uma lista de chamada (cirurgião, assistente, instrumentadores cirúrgicos, anestesista, circulante de sala e enfermeira responsável);
  3. Qual é o procedimento;
  4. Se existe um lado demarcado (se operamos pálpebra só de um lado, ou mama só de um lado, por exemplo);
  5. Tempo previsto. informação muito relevante especialmente para o anestesista e equipe de enfermagem;
  6. Se terá algum momento crítico (como mudar posicionamento da cabeça, em casos de cirurgias faciais);
  7. Se os materiais e equipamentos estão todos em sala (é confirmado, pois já foi checado anteriormente);
  8. Se foi realizado antibiótico profilático, qual foi e em qual horário;
  9. Se existe a necessidade de reservas de hemocomponentes (se o paciente vai necessitar de transfusão de sangue);
  10.  Vai existir peça anatômica? ;
  11.  Se os materiais cirúrgicos foram checados e estão funcionando perfeitamente;
  12.  Se foi colocado o termômetro no paciente.

Realizamos essa conferência em absolutamente todos os atos cirúrgicos.

Cirurgias seguras salvam vidas.

Dr. Paulo Renato – Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

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